SEGUNDA UFANIA BRASILIENSE
Nesta tarde, invadiu-me profundo sentimento patriótico.
Vejo nitidamente em minha tela mental a Bandeira do Brasil.
Passam por minha memória fatos marcantes de nossa História:
O Café, a Borracha, o Açúcar, o Cacau e nossa riqueza Mineral:
Despertam a ambição do espírito do mal, a exploração é brutal,
Mas nossa terra fértil, nosso solo rico é celeiro da Humanidade;
A Semana de Arte Moderna, a Literatura, a Música, a Pintura,...
A genialidade de um povo que constrói com orgulho sua Cultura;
O Governo Provisório, O Governo Constitucional, o Estado Novo:
Com raras e valiosas exceções, deixaram a desejar em suas funções,
Antes fossem como Policarpo Quaresma: um visionário1.
Mas o grande sonho de nossos governantes: ser milionário;
O Carnaval, o Futebol, a Cachaça, o Churrasco, o Arroz com Feijão,...
Tudo isso, depois que se experimenta, nunca mais se abre mão,
Ser brasileiro não é mera questão de orgulho, é um grande prazer;
Os governos: Goulart, Dutra, Vargas, Kubitschek, Jânio:
A impressão deste poeta é que, nesse período, como nunca,
Houve intenção de acertar, houve patriotismo, sem exagerar;
O Regime Militar, A Nova República, a Inflação, a Dívida Externa:
Não há como da memória apagar, mas é melhor nem lembrar.
Como poeta, já falei muito de História, e para tal há obra completa.
Não tive a intenção de ser um exegeta, como disse, sou apenas poeta,
Sou sentimental, empolguei-me com nossa História, uma linda história.
1.protagonista do romance O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.