SOLIDÃO
Quietamente, ela, num canto frio me encontra
E das coisas todas, silenciosamente me dá conta
Lembra-me das brigas, dos amores e das feridas
Lança-me aos braços as dores... as magoas todas da vida
Senta-se ao meu lado, sussurra ao meu ouvido
Confio-lhe segredos como faço apenas aos amigos
Vezes há que parece até divertida essa companhia
Transformando horas tristes em prazeres e alegrias
Medito tantas vezes no compasso de seu olhar
Alegro-me, ou me entristeço no vazio de sua presença
O que sou eu, e o que é você? Já não posso divisar
Como pode fazer tão bem ao coração
Se essa amiga constante e pontual
Cativa pelo nome solidão?