Eu Pequenino

Meus braços são pequeninos

Parecem ser feitos de papel

Neles tenho uma força razoável

Que por vezes desconheço sem percebê-los

Meu corpo é pequenino

Como de quem ainda cresce nessa vida

Na fase das complicações de ser gente grande

Como quando muitos já passaram e verão outros passar

Minha estatura duvidosa de um pequeno adulto

Faz de mim obra geniosa da natureza

Como faz de mim gracioso e curioso em meu estado

Que por muito se confundem a outros principiantes

Meus dedos curtos que sempre se expressam em palavras

Traçados por linhas da vida nas palmas das mãos

Que desenham meus pensamentos em rabiscos soltos

Como recria a imagem de outra criatura divina

Meus olhos cerrados puxados a ponta para cima

Como os olhos dos bichos pequeninos que imitam

De um brilho fosco ofuscante ao espelho

Refletidos todas as manhãs ao despertar

Meu sorriso breve de dentes infantis

Que conquisto meu próprio ego ainda que tortos hoje

E que amanhã estará em conformidade com os olhos

Desde já marejados as lágrimas

Meu coração que penso ser pequenino como meu corpo

Espaçoso como minha própria imaginação

Pouco paciente para razões da vida

Nada exigente aos próximos em verdade

E ainda que eu seja visto como o pequenino

Me sinto grandioso com tudo que tenho em menor tamanho

Pois aos olhares de quaisquer serei surpresa

Com tudo que vem neste pequeno espaço de minha vida

Sendo assim vivo em alegria de felicidade

Quando tudo a mim não me vem de dores

E então não me incomodo com meu tamanho de ser quem sou

Pois assim fui criado na proporção certa da perfeição divina.

Viana Viana
Enviado por Viana Viana em 19/09/2011
Reeditado em 23/12/2011
Código do texto: T3228439
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.