Morte

O reluzente do Cano,

Uma Bala que por engano,

Meu Pescoço vem atravessar.

Poderia ser qualquer Dia;

Mas não nessa Fantasia;

Com a qual só posso sonhar.

Sem Alma ou Coração,

De qualquer Lado ou Nação,

Volto eu a me enterrar.

Eis o Sonho que não se sonha,

Minha Felicidade mais tristonha.

Não há nada para desamparar.

No Vazio do Escuro,

Só encontro o que procuro;

Uma Morte a me consolar.

Mas então houve seu Rosto,

Num Paraíso sobreposto.

Um Amor a se eternalizar.

Logo após o Desespero,

Como da Comida o Tempero,

Do Nada veio Você me salvar.

A falsa Harmonia,

De seu Sorriso num belo Dia.

Sem Tempo pra incomodar.

Agora a falsa Sinceridade,

Honesta, fora da Realidade.

Sonho que não pode acabar.

Morte de um Surto;

Perfeita por um minuto;

Eterna do Olho sem Olhar.