SILENCIOSO REENCONTRO

O reencontro sem pretensão

Medroso, receoso, sem impacto

Há nessas almas tanto!

Um olhar que não revela

Um beijo protocolar

Palavras não ditas

Segredos em cada uma (alma)

Desculpas a pedir esquecidas

Deixam o passado para trás

Recomeçam do meio

Tentam outras vez

Ainda há carinho, afeto

Prazer em estar junto

É quase um encontro “primeira vez”

Não sabem bem o que dizer um ao outro

São corpos que se conhecem

Aqueceram-se em outro inverno

Cada um com suas culpas

Se sentem tímidos,

Adolescentes cinqüentões

Conversam amenidades

Saboreiam o vinho aberto

Descontraem-se aos pouquinhos

Voltando ao passado já vivido

Antigos hábitos retornando

Um sofá que cabe um só

Volta a ter dois, aconchegados

E na noite tardia

Se aquecem como outrora

Numa paz selada sem palavras

Sem desculpas, perdão ou explicação

E no amanhecer vai embora como antes

Deixando um carinho no beijo delicado

Então a porta se fecha, está só de novo

Mas com a esperança de muitas voltas

Com Amor, muito se perdoa com silêncio.

Irene Freitas

16/07/2011

irenefreitas
Enviado por irenefreitas em 16/07/2011
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