Sabiá

Sabiá

Ela mora lá, no Recanto dos Sabiás,

Onde havia palmeiras, arvoredos, matas e capins.

Hoje cantam apenas os pássaros coloridos dos palmeirais,

A quem o conhecemos extraordinários e vultuosos bem-te-vis.

Encontra-se ali, tão meiga, tão doce e querida;

Tem imagem de fera, coração de festim;

Imaginas a ternura que paira ali.

È obra de Deus, encontrá-la próximo a mim.

O progresso impediu o encantado pássaro por lá;

Há canto e encantos em junho, julho a cantar.

Alguns confundem o bumba-meu boi com boi bumbá;

O que tem mesmo por lá, é a voz, a ternura que não encontro eu cá;

Quando muito, numa infinita noite, longe e distante de lá,

Ouço o som de um cantar, sonolento dou-me conta eu cá.

A voz tão afinada deseja ficar,

E penso logo: acredito ser ela, tentando imitar o canto do sabiá.

Raimundo Meireles

Raimundo Meireles
Enviado por Raimundo Meireles em 14/07/2011
Código do texto: T3094764
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