ONOFRE
ONOFRE
No grande Tebaida o Deserto,
Perambulava o Eremita em oração,
Jovem cheio de bons sentidos,
Amou as pedras, rios, montes, abertos...
As preces contínuas que fazia,
Enchia a Terra de fluidos que
Espargia em toda a galáxia,
Tão grande era a sua fé supremacia.
Contava os dias riscando
As paredes da gruta que o
Abrigava, assustado se dava
Conta do tempo passando.
Amarrava folhas com finos cipós
Com essas roupas cobria seu corpo.
Solitário vivia no alto de um monte,
Magro, estropiado cheio de pó...
Cabelos e barba longos sem beleza,
Chegavam ao chão, então não
Precisava amarrar cipós,
Estava vestido pela biológica natureza.
Sessenta anos lá na aridez conviveu,
Todo o tempo se alimentou de tâmaras,
Mel, ervas, alguns insetos,
Bebeu água pela misericórdia de Deus.
Sim, Onofre tinha uns noventa anos de existência
Quando foi achado por Pafhúncio,
Que andou pelo deserto durante
Muitos dias a sua procura com insistência.
Desde que saíra do Mosteiro ninguém
Sabia de seu paradeiro,
São Pafhúncio foi mandado por Deus,
Velar Santo Onofre e escrever sobre ele também.
Registrou a sua história cheia
De amor, despojamento, delicadeza,
A pobreza, e o estado de fé permanente,
Sua Oração sobre a TERRA Permeia.