ONOFRE

ONOFRE

No grande Tebaida o Deserto,

Perambulava o Eremita em oração,

Jovem cheio de bons sentidos,

Amou as pedras, rios, montes, abertos...

As preces contínuas que fazia,

Enchia a Terra de fluidos que

Espargia em toda a galáxia,

Tão grande era a sua fé supremacia.

Contava os dias riscando

As paredes da gruta que o

Abrigava, assustado se dava

Conta do tempo passando.

Amarrava folhas com finos cipós

Com essas roupas cobria seu corpo.

Solitário vivia no alto de um monte,

Magro, estropiado cheio de pó...

Cabelos e barba longos sem beleza,

Chegavam ao chão, então não

Precisava amarrar cipós,

Estava vestido pela biológica natureza.

Sessenta anos lá na aridez conviveu,

Todo o tempo se alimentou de tâmaras,

Mel, ervas, alguns insetos,

Bebeu água pela misericórdia de Deus.

Sim, Onofre tinha uns noventa anos de existência

Quando foi achado por Pafhúncio,

Que andou pelo deserto durante

Muitos dias a sua procura com insistência.

Desde que saíra do Mosteiro ninguém

Sabia de seu paradeiro,

São Pafhúncio foi mandado por Deus,

Velar Santo Onofre e escrever sobre ele também.

Registrou a sua história cheia

De amor, despojamento, delicadeza,

A pobreza, e o estado de fé permanente,

Sua Oração sobre a TERRA Permeia.

Zastra
Enviado por Zastra em 16/05/2011
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