Paz

O som estridente do canhão rompe a monotonia da aurora matinal

A guerra dilacera a idéia frágil de paz... homens confusos, perdidos

Em olhares profundos envergonham-se de si mesmos.

O lado mais sombrio dos homens se revela entremeio a penumbra da hipocrisia...

Todas as dores do mundo se convergem num mar de seres vãos a Gritar debalde por um sentimento em extinção.

E o que resta é um misto de pavor e medo que brevemente fomentará o germinar do mais poderoso ódio...

Irracional esse sentimento governará as gerações nascidas sob seu signo...

A paz é a lembrança de uma certeza incerta, de um sonho distante .

Behavioristas seremos reflexos de um estimulo irracional...

A idéia de paz brevemente se apagará da mente ... só o amargor e as tristezas todas alimentarão as torpes almas bêbadas no ludibrio do que parece inevitável ...

O sonho dos que alimentam a paz, as lágrimas dos que semeiam a justiça e o sangue dos inocentes que pelejam na guerra pela vida brevemente serão silenciados pelo cansaço que a ignorância coletiva e bestializadora traz ...

E o branco que nos remete a uma era gloriosa será enfim absorvido pelo vermelho oceano do sangue daqueles que tomaram parte no Armagedom humano ...

Irremediável tudo por fim se cerrará por debaixo da atômica cortina que ao mundo devolverá a paz

O silêncio mais puro dos deuses pairará sobre a terra e a paz perpassará pelo mais tranqüilo vale mortuário, lembrando que também na guerra encontra-se a semente da mais serena paz...

Gilmar Faustino
Enviado por Gilmar Faustino em 25/04/2011
Código do texto: T2929256
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