A MORTE E A MÃE
É contra o relógio que vou
Nada mais pode me deter aqui
Que eu vou cantar onde antes
Apenas as crianças mais puras pisaram
E lá plantaram sem as sementes
Mas apenas com o amor vindas das mães-velhas
E suas lágrimas caem e correm
E rios são nascidos da dor
Ah essa dor! No peito daquela que te cria
Mãe, você é o milagre cujo amor nasce da dor em seu ventre
... a mãe não deve ficar sozinha e há de não estar
Pois encontrarão forças no fundo do coração
Ao fundo o trovão e no céu um clarão
Mas a alma está agora enegrecida pela angústia
Para onde vão os anjos quando morrem?
Anjos sequer deveriam morrer...
Se acordarem enquanto durmo
Então é porque sonharei
No sonho dos que sofrem
A dor é quem aquece e a tristeza nos alimenta
Oh, tristeza! Eu que não queria mais te ver
A morte não se parece natural quando a mãe é quem entrega seu filho