ANÔNIMO

Não me notem os inconvenientes

Não percebam que estou aqui

Pois assim sigo tranquilo

Neste meu voluntário exílio

A paz me acompanha

Em meu premeditado legado

Tão bem me faz

Esta conivência com a solidão

O distante horizonte

Bebo em desconhecidas fontes

A água que poucos aceitariam

Estaria mentindo

Se dissesse que sofro

Por vivenciar o anonimato

Pois sei de fato

O caminho que estou seguindo

Se quiser me acompanhar

Não se aflija, não se vá

Não irei me incomodar

Desde que você não se intrigue

Com o meu bem-estar

Recorde que quando lhe enterrarem

Estarás só

Mas estarás em paz

A paz que a solidão proporciona