À SOMBRA DO SILÊNCIO (Uma Oração)
Os olhos fechados vislumbram
Um tempo que foge à visão,
Tempo sem som
Em preto e branco
Viajante das planícies e
Montanhas
Estranha sensação de onipresença
A correr com os olhos
Os joelhos redimem a dor,
Estado de graça,
E a paz canta em humilde
Canto
De celebração em sublime
Culto
No oculto espaço da imaginação
Vozes não existem, nem nome
O rito corre, viagem etérea
Sem máscara
Sem aspas
E os pés descalços mostram
O pulsar do coração
Sublime marco nos acordes
Harmoniosos do viver
Uno, o ser se recolhe, entre tantos
Canto de harpa
Mãos leais no trato
Paz
E um sono bom no começo
Da estrada
Limpo caminho a fortalecer
Embaixo da árvore, sombra
Boa, ferve a mente
Pássaros em canto,
Coro angelical, homens, encanto
E vozes a correr sem som
Pelos interstícios da mente:
Doce sombra do silêncio.