À SOMBRA DO SILÊNCIO (Uma Oração)

Os olhos fechados vislumbram

Um tempo que foge à visão,

Tempo sem som

Em preto e branco

Viajante das planícies e

Montanhas

Estranha sensação de onipresença

A correr com os olhos

Os joelhos redimem a dor,

Estado de graça,

E a paz canta em humilde

Canto

De celebração em sublime

Culto

No oculto espaço da imaginação

Vozes não existem, nem nome

O rito corre, viagem etérea

Sem máscara

Sem aspas

E os pés descalços mostram

O pulsar do coração

Sublime marco nos acordes

Harmoniosos do viver

Uno, o ser se recolhe, entre tantos

Canto de harpa

Mãos leais no trato

Paz

E um sono bom no começo

Da estrada

Limpo caminho a fortalecer

Embaixo da árvore, sombra

Boa, ferve a mente

Pássaros em canto,

Coro angelical, homens, encanto

E vozes a correr sem som

Pelos interstícios da mente:

Doce sombra do silêncio.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 01/04/2011
Reeditado em 01/04/2011
Código do texto: T2884457