Sonhei nos braços da paz.
Entre belas imagens, num mundo sem igual
Sonhei que estava voando, nas asas de um anjo
O belo anjo da paz, vestido de branco, iluminando
A terra por onde passava, soltando ao vento
Milhares de pétalas de rosas brancas, cheirosas
Cheiravam a paz do mundo e dos nossos anjos
As nossas abençoadas crianças, filhos de Deus
Que poderiam agora correr livremente, sem medo
Sem choro da mãe, pela bala perdida e cravada
Nem favelas, nem barracos, nem pedaços de trapos
Os trapos humanos, afundados na bebida e drogas
E eu sonhei, num mundo melhor, o meu mundo
Repleto na paz, a paz que é tão procurada por todos
Procurada por mim, por ti, pelo passado e presente
Querendo ser perpetuada, para sempre no nosso presente
Erradicando os gritos dilacerantes do passado e a sua dor
Colando milhares de lápides, frias, assustadoras e reais
Dizendo, todas elas: Aqui jazem os homens de pouca fé
Onde a sua cobiça foi a mais forte, a sua brutalidade
A sua ganância, o seu poder, a sua crueldade e a maldade
E a tão falada guerra morreu, morreu para sempre
E o poeta! Ah! O poeta entre desabafos e recordações
Escreve imponente, vaidoso e sóbrio, sobre a paz
A paz que deveria reinar no seu amado mundo
Mas apenas foi o sonho do poeta! Nos braços da paz...