Africa bailunda!

POESIA AFRICANA

Lá no horizonte

o fogo

e as silhuetas escuras dos imbondeiros

de braços erguidos

No ar o cheiro verde das palmeiras queimadas

Na estrada

a fila de carregadores bailundos

gemendo sob o peso da crueira

No quarto

a mulatinha dos olhos meigos

retocando o rosto com rouge e pó de arroz

A mulher debaixo dos panos fartos remexe as ancas

Na cama

o homem insone pensando

em comprar garfos e facas para comer à mesa

No céu o reflexo

do fogo

e as silhuetas dos negros batucando

de braços erguidos

No ar a melodia quente das marimbas. Saudade do tempo que em ti vivi,África.