O Farol Fantasma

Mar e terra contemplam uma nuvem no céu Que flutua pela noite escura como algodão.

E o fino Sereno, cai como um leve véu,

Sobre o meu corpo deitado neste verde chão.

Do alto da montanha posso ver no infinito

um mundo que sofre por não saber amar.

Eu vejo também um planeta delicado e bonito

Onde o solo é iluminado pela luz do luar.

Nesta Grande ilha, tem um pequeno Farol,

Que brilha sobre as ondas deste vasto mar azul.

E é justamente neste simples farol,

Que eu fico a observar o belo Cruzeiro do Sul.

Na areia fofa, caminho quase à noite interia

À procura de Paz, sossego e tranqüilidade.

As ondas sobem e descem, de uma tal maneira

Que me faz esquecer de todo o agito da cidade.

Neste Farol, vivo em completa harmonia

Com a natureza e com a escuridão total.

Não há ruídos, somente o simples som

das ondas, percorrendo o seu destino natural.

Deitado nesta ilha de sonhos e fantasias

Vejo a noite enfeitar-se de estrelas luminosas.

E de repente, a Lua surge no céu,

Com sua imagem soberana e majestosa.

Mas as nuvens vieram para cobrir a Lua,

Que é a única “Musa” desta praia de solidão.

Foi como se me arrancassem a imagem tua

Da minha memória e também do meu coração.

Nesta praia não existe o dia e nem o Sol,

Pois, esta é a praia da divina escuridão,

Onde um simples e modesto farol,

Encarrega-se de iluminar toda esta imensidão.

Nada nesta praia é assustador ou horripilante.

Pois é nela, que encontramos nossos amores.

Ela é um tanto quanto interessante,

Pois é aqui, que nos livramos de muitas dores.

Dores estas que carregamos sozinhos

Por um bom tempo da juventude.

Dores fortes como as de vários espinhos,

Que ao nosso coração machuca e ilude.

Deus me foi generoso e muito bom,

Por dar-me um dia de grande Paz.

Pois, foi aqui que eu ganhei este dom.

Que é o amor que tanta falta me faz.

É sentado neste humilde farol, que eu reflito,

Tentando curar todas as minhas dores.

E também tento evitar o principal conflito

Que é sofrer por antigos amores.

Eu me sento debaixo de uma palmeira,

E fico a escrever poemas de amor,

Pois não há melhor maneira

De apartar-me da Síndrome da Dor.

Estarei sempre aqui na eterna espera

De alguém que me faça realmente feliz,

Feliz, com uma pessoa simples e sincera.

Mas, que seja dona de seu próprio nariz.

Lucas Francisco Habermann De Carli
Enviado por Lucas Francisco Habermann De Carli em 31/10/2006
Código do texto: T278054