Esplendor (José Rainho Caldeira)

O azul que se confunde seja da água ou do céu.
Leva-nos à plenitude, da beleza natural,
Que só a sensibilidade, de um olhar sereno,
Consegue achar normal.
 
Este olhar, ainda que belo,
Remete-nos pra pequenez
Do humano Ser, perante a grandeza
Do mar imenso, do Céu pleno de incenso.
 
Cores várias, Arco-íris incendiado,
No negrume das nuvens, de gotículas de água,
Em Céu carregado, que se transforma em chuva,
Que rega os campos  floresce a primavera,
De um coração atribulado.
 
Depende do ângulo de visão e dos olhos de quem vê.
Pode ser de mansidão ou, quem sabe?
De olhares perdidos, pra lá do horizonte,
Sem esperança e com revolta, pela triste vida,
Que de fronte, lhe aparece pela frente.
 
É, talvez, pela injustiça que sente no coração.
Pela vaidade, luxo, devassidão,
Paredes meias co'a pobreza,
A fome, a miséria, a falta de pão.
 
Só olhos limpos e claros, ivres de todos os apegos,
Poderão sentir prazer, neste olhar de mar e céu,
Onde consegue vislumbrar
Obra magnífica de Deus.
 
Quem assim consegue olhar, ver, apreciar, beleza, enfim.
Talvez possa dar ao Mundo, a idéia de que é possível
Viver em harmonia, Criador e criaturas,
Natureza e seus elementos, floresta, arbustos e capim.