Tesouro perdido
De um tempo sem horas pra contar,
Em berço sem honras e sem ouro
Áridos canteiros a viram brilhar,
Entre mulas e reis, etéreo tesouro.
De cá donde o mar deságua por desejo,
De onde por prazer a onda espuma
A Paz restante, na aparência do que vejo,
Já tão pouca restará quase nenhuma?
Na escuna da procura ao mar embarco,
Abandonado, na visão do infinito,
Sonhando resgatar-te alem do arco;
Nas sete cores, tua tez quiçá reedito.
Em ninho de longínquos sentimentos,
Plantado pra lá das vagas e dos ventos
No brilho ora pálido das promessas
Ao convívio do Adão quiçá regressas.