Um terreiro de fé
Numa roda de terreiro
galinha,vela e charuto
Sinhá Veia é guerreiro
É o cavalo do matuto
Solta voz estrangulada
ocioso arruma emprego
quem assedia empregada
nunca mais vai ter sossego
lá muleta vira cabide
cadeirante vira atleta
possuída ela decide
apaga fogo da inquieta
roupa branca o pó levanta
lembra Jorge e Iemanjá
pinga rola pela garganta
ninguém se atreva a caçoar
a Diná volta para o Dalmo
volta o lucro para o falido
homem danado fica calmo
o desamado fica querido
pena preta só o que voa
entra na roda a cabaça
no ritmo que se entoa
anuvia de fé a cachaça
limpa tudo, sem resquício
e não sobra nem um vício
sua espada não dá falho
livra da droga e do baralho
lá se visita o porão d´alma
se esgotada toda a ciência
o seu sonho ali se salva
último apelo é a serviência