SUTIL VISITA

nasce sorrateira, sem causa,

franzir de testa involuntário,

um gesto vago, solitário

umedece os olhos

arrepia a pele

em torvelinhos a mente

e de repente, inusitada,

me faz distante, calado,

concatenando sentidos

retratando emoções

sem retê-las nas nuances

desafio a decifrar em versos

como brisas efêmeras

chuviscos de primavera

momentos em desfile

inconstante, imprevista,

vai em rodopios, bailando,

instigante musa passageira...