Descobertas
Muitos motivos eu tenho
Pra ficar triste e chorar,
Mas tenho mil outros tantos
Pra sorrir e pra cantar.
Medo, às vezes, angústia
Tristeza e solidão
Batem à minha porta
Invadem o meu portão.
Mas ao abrir os meus olhos
Ver este sol triunfal,
E este verde que brota,
No fundo do meu quintal,
As borboletas voando,
Os passarinhos cantando,
Os macaquinhos reinando,
No meu pedaço de chão;
Sinto um calor no meu peito
A gratidão vem com jeito
Se esgueirando alegrar
Cantinhos do coração.
Quando a lua, matreira,
Se ergue, se inflama, sorrateira
E me envolvendo a alma inteira
Me toma por companheira,
Ouço as batidas suaves
Da vida neste meu ser
E o sangue flui nesta nave
Nas veias do meu querer
Fazendo nascer, de repente,
Neste poeta sofrente,
Idéias, poemas, cancões,
Saõ felizes emoções.
Então, por um breve instante
Antes que a lua se espante
Deixo logo de ser triste
A amargura desiste.
Corro a cantar qual pardal
Por perceber neste umbral
Que depressão é banal
Que o amor é que é vital
E que é preciso sonhar
Pra vida ter seu lugar!
Helena de Santa Rosa
Niterói, 01 de novembro de 2010
18:25