A Troca de Palco: Metáfora para Celêdian
Quando se olha para a noite, com todo o seu peso,
Com a fatalidade de seu enredo,
Não se pode imaginar, qual o processo
Que o dia usará, para irromper com sucesso.
No entanto, ele chega lentamente,
Timidamente!
Como quem quer nada.
Como quem está chegando à estrada...
Com respeito, determinação e delicadeza,
Sem qualquer sombra de conflito,
Vem apresentando sua beleza,
Seu ensolarado sorriso...
Vai impondo sua presença,
Sobre toda a resistência.
Munido apenas, pela confiança dos seus desígnios,
Pelos entalhes dos seus signos.
Ele sabe que vai vencer!
Nada há para se lutar,
Nem para defender!
É só aguardar
E ir dando andamento...
Proporcionando fundamento para o seu argumento,
Através da sua aparição tão gradual,
Quanto absolutamente genial!
Quem observava a noite no ápice da sua escuridão,
Não poderia imaginar,
Que a suavidade venceria o escuro, em sua mansão!
Exatamente transbordando leveza,
Esbanjando a mais alta beleza,
Em um espetáculo de arrepiar!
Que sempre se renova,
Transformando em poesia qualquer prosa.
O dia sabe também, que vai ter que ceder
E permitir o anoitecer.
Mas, antes, um solo final,
Absolutamente sensacional:
O entardecer...
Perfeição de se ver!
Variação fenomenal de sons,
De tons...
De visões...
De sensações!
Uma troca de palco,
Comandada pelo alto.
Enquanto a platéia observa aturdida,
A cena inconcebida!
O dia, conformadamente se deita
E a noite prazerosamente se ajeita.
Dedico esse texto a minha amiga Celêdian,
Cujo irmão passou para o palco de cima.
Vídeo indicado:
http://www.youtube.com/watch?v=dQYIAE6yfsk