Lar, Doce Lar I
Ah, Utopia,
País de meus sonhos.
Vejo tuas nuances,
Tão belas quanto teus rios,
Tão belas quanto tuas florestas.
Não vejo mais exércitos a marchar,
Nenhum soldado pisando a terra
Manchando o chão de sangue dos iguais.
Não vejo mais fronteiras,
Nenhum mais país a batalhar
Por riquezas a conquistar.
Não vejo mais línguas a falar
Só vejo palavras carregadas
Pelo vento a lhes abençoar.
Não vejo mais soberanos e tiranos
Nenhum homem superior a outro.
Nenhuma mulher submissa ou omissa.
Não vejo mais nenhum Deus a se louvar.
Não há mais Guerra Santa a travar,
Sem religião para aclamar.
Não vejo mais dinheiro para trocar
Por o que de todos é e de todos será.
Não vejo mais tecnologia e avanço
Que agride nossa Mãe.
Nenhuma espécie extingue-se por inveja humana.
O ar que respiro é puro nesse lugar.
A água que bebo e cristalina nesse lugar.
O lar que me acolhe é tenro nesse lugar.
A língua que falo é una nesse lugar.
Mui amo minha Mãe.
Mui adoro meus iguais.
Mui clamo esta paz.
Olha, lá no topo,
Que é aquilo?
Que luz brilhante é aquela?
Como pudeste raiar, Sol?
Como pudeste acordar-me, Sol?
Queria ter continuado a sonhar
Com meu acolhedor e imaginário
Lar.