Serenidade
É o tempo que rasteja
Carrega a idéia
Da vida e da espera,
E quem dera,
Tomá-lo como a liberdade!
Tocar suas idades,
Troçar de sua pressa,
Ocultar seu uivo de razão...
Viver de nudez e desmazelas,
Afrontar os medos,
Duvidar das donzelas,
Foram elas,
Que endoidaram o sossego!
A liberdade namora o tempo,
Quando um chora,
O outro consola a vida...
A serenidade é troféu de poucos,
Orna uma janela,
Mas frágil nas mãos de loucos,
E tampoucos,
Crêem que ela só contém a paz!
Cálido é o sossego da alma,
Que faz o ateu orar,
E unir-se a si próprio.
Se alguém falar que haverá finais
Guiados pelo tempo,
Então haverá portais,
E do silêncio, todos os sinais.