Santa Luzia
Em Santa Luzia, na casa, a paz mora.
Os pássaros cantam
as galinhas cacarejam
e a calopsita passa o dia na galha.
O tempo não passa, pára para prosear.
Lá não tem desperdício.
Sobrou verdura? Dá pras galinhas,
sobrou arroz? Dá pras galinhas,
Tá sobrando galinha? Panela.
Em Santa Luzia, na casa,
Guaraciaba reina
e não importa o dia da semana,
é sempre dia de estar junto.
O amor ali
não é simplesmente uma parte do alfabeto,
mas a missão final,
uma meta de vida.
Santa Luzia é um abrigo
para quem tem o coração ferido
e a vista embaçada,
já não vê caminho algum, apenas mágoa.
Ali o eu menino passou a ser homem
e agora já sabe que nem tudo
tem que durar para sempre.
Pessoas vêm e
pessoas vão,
mas ele continuará ali
de coração aberto
esperando aqueles que um dia
irão voltar para agradecer
ou só para se despedir
pra sempre.
Mesmo sozinho,
com minhas lembranças
não me sinto só e
fecho os olhos para segurar sua mão.
Na casa, em Santa Luzia,
em um dia comum
sem motivo algum,
surgirá um sorriso,
cairá uma lágrima
e tudo irá desaparecer.