Quando parei de pensar

É tarde,

quase noite,

e os trilhos do metrô são mais rápidos que meus pensamentos.

Passa o tempo e em nada penso além dos trilhos,

depois nem neles,

me perco em um “nada-pensar”.

O entardecer me envolve,

finas nuvens coloridas misturam-se aos últimos fios de raio de sol,

é lindo!

Há verde em volta dos trilhos

e um pedaço de alguma história em cada estação.

O contorno das montanhas da Serra do Curral enfeita minha mente distraída,

sorrio, sozinha, para o “nada-pensar” que se vai,

mas ainda não penso em nada concreto,

não tenho como organizar.

A noite chega com a viagem

e o que vejo da janela é meu reflexo envelhecido.

Um calejar de pensamentos entorpecidos se mistura a meus traços,

trouxe uma linha definitiva entre minhas sobrancelhas,

como se eu estivesse sempre preocupada ou brava.

Mas, é noite!

Os trilhos do metrô já são tão lentos como meus pensamentos deveriam estar.

Foi-se o tempo,

e meu lamento,

me levou ao tal “preocupar”.

O anoitecer me comove,

pontas de luz de pequenas estrelas,

antes adormecidas,

põe-se a brilhar.

Uma linha de Lua amarela e crescente

traz cor ao rumo negrejante que o céu tomou,

paro para olhar.

Há uma escuridão em volta dessa estação

e meus pensamentos consolam uma história.

Deixo para trás,

adeus!

Vou-me embora...

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 22/07/2010
Código do texto: T2392856
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.