ODE À VIDA

na leveza de um olhar

na presunção de um beijo não dado

na fluidez de uma canção orquestrada

no balouçar das folhas em calmarias

nas alegorias que enfeitam o viver

a alma se distancia de suas amarras

em mares azuis e ondas mansas

aventura-se a nau prenhe de esperanças

balança a rede nos vaivéns

e a vida cristalina e pura

dourada pelo sol do entardecer

convida-nos ao banquete de existir

na persistência e indolência

flutuante e diáfana como bolhas de sabão...