DAS TREVAS À LUZ

Vaguei pela noite sombria

Ao abrigo do céu nevoento

Tentando driblar a mim mesma

Caminhei sem rumo ao relento

Por senda tortuosa e fria.

Vaguei pela noite silente

Saboreando a desventura

Completamente absorta

Perdida em meio à amargura,

Iludida, inconsequente...

Vaguei pela noite turva

A solidão foi meu par

Impiedosa a me seguir

Perversa a me fustigar

A cada passo, a cada curva...

Vaguei pela noite ferina

Sem esperança, sem lume,

Pelas veredas mais íngremes

Caminhei até o cume

Sob o açoite da neblina.

Vaguei pela noite insidiosa

Olhar lúgubre, perdido...

Sob o vento torturante

A soprar em meus ouvidos

Na trajetória inditosa.

Vaguei mas o dia raiou...

Aos poucos o sol me aqueceu,

Resgatando-me das trevas

A paz ele me devolveu

E de todo o mal me livrou!

Lourdes Cúrcio
Enviado por Lourdes Cúrcio em 11/06/2010
Código do texto: T2313659