DAS TREVAS À LUZ
Vaguei pela noite sombria
Ao abrigo do céu nevoento
Tentando driblar a mim mesma
Caminhei sem rumo ao relento
Por senda tortuosa e fria.
Vaguei pela noite silente
Saboreando a desventura
Completamente absorta
Perdida em meio à amargura,
Iludida, inconsequente...
Vaguei pela noite turva
A solidão foi meu par
Impiedosa a me seguir
Perversa a me fustigar
A cada passo, a cada curva...
Vaguei pela noite ferina
Sem esperança, sem lume,
Pelas veredas mais íngremes
Caminhei até o cume
Sob o açoite da neblina.
Vaguei pela noite insidiosa
Olhar lúgubre, perdido...
Sob o vento torturante
A soprar em meus ouvidos
Na trajetória inditosa.
Vaguei mas o dia raiou...
Aos poucos o sol me aqueceu,
Resgatando-me das trevas
A paz ele me devolveu
E de todo o mal me livrou!