Fábula Apocalíptica

Eu vi a serpente que vinha

erguida e soberana

astuta e hábil

com seu reflexo terrível

arrastando o mundo com sua calda

seus dentes como pontas

das coroas dos reis...

- lambendo o sangue dos mártires

Era vermelha

e tinha escamas e pernas

escamas e braços

escamas e enxofre

escamas e pavor

chamaram-na de dragão

sua face como de leão

carrega consigo sete espíritos

de sete pragas

que se desprendem

saem pra fora

formando asas

asas que levam o pior pavor

diante dos olhos dos homens

E nos olhos dela, sulcos da ira de Deus

A fera está sedenta

tragando as almas dos homens

homens fracos são levados

homens fracos são devorados

Almas tristes

buscam refúgio

e os braços dela são aconxegantes

para aqueles homens

Meros doces suculentos...

De longe podia se sentir o cheiro dos mortos

A fera arrasta-se farta

saboreando seus desejos incansáveis

... dela e dos homens

a serpente não repousa

destilando veneno e fogo

chamas em sua boca

chamas em seu olhar

Havia muitos destroços

ferro, poeira e fogo

E vi um herói e uma espada

em meio a fumaça cinzenta

Seus olhos eram feito ouro puro

Sua brancura ofuscava a minha vista e o mundo inteiro

Clama o herói

Brada o herói [...]

Medo nos olhos da besta

chamas em sua boca

chamas em seu olhar

seu tempo estava por acabar

André Brandão
Enviado por André Brandão em 22/05/2010
Reeditado em 30/06/2011
Código do texto: T2272715