Quem é o poeta?

A identidade do poeta é um mistério

Como o são os seus motivos

Tem o poeta algo estranho, um tanto sério

Que de alguma forma torna-o deveras atrativo.

Ele é dotado de múltiplas e ricas faces

Que se interpenetram nos seus textos

Ora está alegre... Ora triste e completo

Seu enigma está nas suas interfaces.

A alma do poeta é indecifrável

E os sonhos tornam-se seus ideais

No seu coração pulsa a fé inabalável

Crença que não o abandona jamais.

Todos o consideram um ser admirável

Porque as suas ações são penetráveis

Dotadas de um poder sobrenatural

De inquebrantável doçura maleável.

O poeta é um ser peculiar

O qual não se pode definir

É alma antiga, alma quase secular

Obstinada em evoluir...

Está sempre disposto a se reavaliar

Não teme à crítica que o faça desistir

Ao contrário mais o faz ainda insistir

Nasceu para criar e a tudo contagiar.

Dizem as más línguas: O poeta

É bicho que brinca de viver

Desconhece o deslizar da linha reta

E de sonho a rotina vai tecer...

É águia que a tudo sente, vê e escuta

Tem seu jeito próprio de sobreviver

Suas réguas e regras são as árduas labutas

Adora escrever, reescrever e renascer.

Tão severa é esta definição

Que leigos se aventuram a espalhar

Sem saber o que lhe vai ao coração

E o quanto dele vai um dia precisar...

E a qualquer hora abre-se em emoção

É intenso e propenso a se esparramar

Porque os seus versos vêm na explosão

Como se fosse um vulcão que quer amar.

Não consegue conter a sua chama

Labaredas o incendeiam pela lavra

Adormecidas nas entranhas da palavra

Letra por letra que tece e declama.

O poeta canta a vida, encanta a poesia

Desabafa o desencanto e a dor

Espalha pelo mundo a alegria

E enaltece com paixão, o próprio amor...

Dueto: Priscila de Loureiro Coelho e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 20/04/2010
Código do texto: T2208574