No fim da morte, a ida persiste e o silêncio é tanto.
Meu silêncio não respondeu por mim
Por que os meus dias são tão ruins?
Mais logo saberei o que é o fim
Se a vida permitir, que seja assim.
E quem mais verá a morte
Não temerá na alma o imenso corte
De ter que se calar pelo porte
Pra não perder o dia de sorte.
Será egoísmo querer perder a vida.
Não ter zelo pela chegada ou pela ida,
Ter que perder o gosto da mulher querida
E com o silêncio permanecer na dúvida.
Não me culpe pelo meu deserto triste
É que por duas vezes tu partiste
Não pensaste em que meu coração feriste
Quando na dúvida agora persiste.
Vai agora e chore em pranto
Pois amor não há espanto.