Algo grandioso ecoa
Em silêncio, em sintonia de sentimento, sentado no sofá da sala,
antes de sair para mais um dia de trabalho,
observo os raios de sol oblíquos que fluem pela janela entreaberta e
a poeira que dança ao passar da leve brisa.
Por instantes, o raio de sol dourado, com afeto romântico,
desliza sobre meu rosto iluminado.
Uma frase luta para tomar forma em minha boca.
Meu peito lateja e um grito cada vez mais cresce.
O aroma aflautado da sinfonia avança,
docemente transportado pelo frescor
da manhã, para dentro de minha alma.
Lágrimas brotam em gotas e correm lentamente em fios
diáfanos pelo rosto e polvilha, em minúsculas esferas cristalinas,
a parte interna da lente de meu óculos.
Esse líquido cristalino, exsudado do íntimo da alma,
chuvisca e tinge o algodão da calça cáqui.
Algo grandioso ecoa. Por profundos e extraordinários
segundos saio de minha humanidade e dissolvo nessa fabulosa
e insufladora potência que permeia toda a existência do universo!