QUE ASSIM SEJA!
Eu já estou enfadada desta dor
Dor irremediável e desajeitada
Tediosa, indigesta e mal amada
Quero trocá-la pelo maior amor
Àquele de enlouquecer sem doer
Preciso me redimir e assim crescer
Vou cavar sete palmos de terra
Depois farei uma silente oração
Vou por uma pá de cal sobre ela
Enterrar de vez a todo sofrimento
Ninguém mais verá meu lamento
Haverei de me conter podes crer!
Ossos e destroços vou sepultar
Esquecer sem dó nem piedade
Quem me fez sofrer vou olvidar
Quero espalhar felicidade e folia
Chega de viver triste com nostalgia
Darei adeus à vida bandida e vadia
Para tudo há um tempo definido
Tudo passa nada é para sempre
Ela também vai passar, é sabido
Levantarei o peito bem erguido
Hastearei a bandeira da bravura
Basta de atender a tanta loucura
Estou precisando ser livre e voar
Quero sentir a paz e alegria total
E eu vou repetir isto até acreditar
Então conte comigo poetisa genial
Dedicarei o melhor dos meus versos
Seguirei com esmero os teus passos.
Dueto de Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes