O rio

O rio

Rio que corre

que morre

que estende.

que ofende

que arrasta

meu corpo pra lá.

rio que gera

fulgor transparente

na mágoa,

na enchente

que quer me levar.

Rio que rola

que é fruta madura.

que beija,

que cura

que atura o luar.

Rio que fere

as entranhas do dia,

que é irmão

da poesia,

amante do mar.

Rio que passa

que agita,

que geme,

e palpita

até se fartar.

Rio que suga

que enruga

que engana,

que espanta

que chama

querendo encantar.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 22/03/2010
Código do texto: T2153545