A Paz que almejo

A PAZ QUE ALMEJO

Jorge Linhaça

Papai do céu, sei que me escutas

ai em teu trono celeste e divino

ouve pois a oração de um menino

que não entende por que tantas lutas

Ouve a voz desta simples criança

que não entende tanta mentira

dos que mantém outros sob sua mira

e pregam, na paz, ter esperança

Sei que sou apenas um infante,

e a vida é vasta e misteriosa,

feita de sonhos cor de rosa,

que se desfazem em um instante.

Mas quem sabe tu possas me acudir,

e fazer a verdade pura aparecer,

não deixar os homens se esconderem,

atrás de uma paz que é um mero fingir.

A paz que eu busco é tão descomplicada,

não precisa ser a da unanimidade burra,

mas tem que ter a clareza e brilho da lua,

para que a mentira seja desmascarada.

Sei que nos destes o direito de escolher,

e que por isso erramos pelo caminho,

nos enredamos em mil torvelinhos,

mas por que sinceros não podemos ser?

De que adianta tanto falar em paz,

se pelas costas se alimenta a guerra,

se cultivam as mais atrozes quimeras,

e no poder a alma de alguns se compraz?

Por que , meu Pai, tanta hipocrisia,

tanto falar para outros tentar iludir,

por que sentimentos fingir sentir,

e com peneiras tentar tapar o dia?

Pai amado, fica aqui o meu pedido,

de que as máscaras sejam removidas,

e de que a paz por nós tão pretendida,

seja a paz real, dos de amor imbuídos