Vento-Brisa

À medida que me aproximo do abismo,

Vou sentindo no rosto um vento agradável,

Vez em quando,

Como se fosse um hiato,

Na luta constante contra o pranto...

No permanente abalo,

Na preocupante ausência do estável,

Em que vivo.

Esse vento-brisa,

Pura magia,

Refresca a pele.

Deixa a mente leve...

Relaxa os tendões,

Ameniza as interpelações...

Ajusta os sentidos.

Hora do intervalo para o juízo.

Sob sua egrégora invisível,

Mergulho no mais sensível...

Alinho meus chackras,

Purifico minhas águas...

Reforço a confiança

Na universal balança...

Aquela que não se cansa

De processar esperança.

São momentos até que rápidos,

Mas, chegam tão ávidos,

Que se eternizam

Feito canções

E se cristalizam,

Emoldurando inesquecíveis sensações,

Na memória da senda...

Origem de toda e qualquer lenda.

Um prazer raro,

Dentro de um momento tão escasso,

Que faz a perna parar de tremer...

Faz o estômago parar de gemer...

A mente, naturalmente, se cala

E a emoção, espontaneamente assume,

Banhada em estranho lume,

Em traje de gala.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 16/02/2010
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