Por um Instante
Horizonte vazio,
Lugar para muitas criações.
As imagens existem ocultas,
Numa dimensão desconhecida.
Gira bola terrestre, orbita seu sol.
Esfera azulada a receber os raios dourados.
Falsa é sua solidão, pois é nave dentre outras,
Embora beleza rara dentre tantas preciosidades.
Céu noturno e as iluminadas sombras estrelares,
Energias cósmicas a banhar os viventes.
Infinitos seres em meio às inúmeras constelações.
Nave errante a vagar pelas trilhas do tempo.
Pulsa um coração, sangue morno banha os litorais do corpo.
São células a se misturar com prismáticas emoções.
Pensamentos difusos a se fingirem de poeira cósmica,
De modo que dúvidas harmonizam-se com conclusões.
Insana é a tentativa de racionalizar o impalpável,
Mas o impulso de buscar uma explicação é vivo.
Muitos são os iludidos da matemática, outros da lógica,
Mas qual verdade não haverá de ser relativa?
E então retomar o olhar vadio,
Deixar os porquês abandonados,
Elevar-se no prazer de estar vivo,
Iludindo-se com asas de viajante cigano.
E então as galáxias estarão mais próximas,
O céu estará menos distante dos olhos,
E com o coração leve, o cérebro vazio,
Um sorriso brotará em sinal de felicidade.