Regresso
Voltando ao meu mundo,
Percebo como ele é abençoadamente profundo.
Sua base é segura,
Pois a matéria prima vem da altura.
Às vezes, fico um pouco tonto,
Mas não entrego os pontos...
Por mais que me desespere,
Que a decepção impere,
Acabo voltando ao equilíbrio,
Recuperando o brio.
Só sei viver em alegria,
São solares minhas fibras.
Não posso me sentar no sofrimento.
Deixo-me levar pelo movimento.
Lamento, reclamo, blasfemo, choro sem parar
Para me esgotar
E, rapidamente voltar
Ao caminhar.
Não me aceito parado,
Semi-destroçado.
Naveguei muito tempo em águas magoadas
Atualmente vou com a enxurrada
Em sua determinação marítima,
Sem dar ouvidos às críticas.
Tenho a meu favor,
O precioso conhecimento do meu calor.
Sei exatamente porque ardo,
Não carrego mais os tenebrosos fardos.
Libertei-me inteiramente do passado
Para nunca mais ser manipulado.
Minha bagagem atual é leve.
Entendo que a vida é breve
E se quer bem vivida,
Merecidamente enaltecida!
Não há tempo para melodramas
Melhor mesmo é entender a trama.
Respeito sua soberana vontade,
Sua irrequieta criatividade...
Não discuto.
Assumo
E sigo escrevendo
O que vou entendendo.
Aprendi que ela sempre tem razão,
Ainda que se apresente em forma de desilusão.
Sigo com ela,
Apreciando a paisagem da janela...
Tenho em mim, a sensibilidade
E o benefício da sua claridade.
É tranquila minha consciência,
Segura a aderência.
Reconheço o enorme poder
Existente na vontade de crescer,
De evoluir,
Para adequadamente contribuir.
Não posso parar
A não ser para, momentaneamente, descansar.
Confio no universal destino,
Escrito nos estelares hinos.
Não há como me capturar.
A poesia me faz decolar
E voar,
Voar...
Amar!
Voar e amar...
Amar para voar...
...Voar até amar!