Ao raiar da noite...
O tempo voa... e ressoa
Faz e trás suas perguntas
O vento tem essas respostas
Que solta em idas e voltas
São tantas as amarguras
Vestidas de travessuras
E o homem já foi a lua
Mas ainda cambaleia...
Nas ruas cultua solidão
No orgulho... No perdão
Na vaidade... Na verdade
São tantas as encruzilhadas
É tanta asa de imaginação
Incansável despe melancolia
Traveste como peste a dor
Engana na paixão e no amor
E solta pra fora suas lágrimas
Roladas pelas avenidas da face
E o corpo sofre as esgrimas
Que rebola pelas esquinas
O sol queima a pele branca
Que bronzeia em suas ancas
E a menina passeia alheia
Pássaros cantam e gorjeiam
Tudo aos poucos se ajustando
Silêncio bem baixinho diz psiu
Assoprando e balbuciando
Como quem... Nem te viu
E a tarde sangra luz acariciante
Esparsos raios no colo do poente
Sinfonia de cores no horizonte
Anunciam que a noite está chegando
E feito bicho volto à toca bocejando...
Hildebrando Menezes