Ao raiar da noite...

O tempo voa... e ressoa

Faz e trás suas perguntas

O vento tem essas respostas

Que solta em idas e voltas

São tantas as amarguras

Vestidas de travessuras

E o homem já foi a lua

Mas ainda cambaleia...

Nas ruas cultua solidão

No orgulho... No perdão

Na vaidade... Na verdade

São tantas as encruzilhadas

É tanta asa de imaginação

Incansável despe melancolia

Traveste como peste a dor

Engana na paixão e no amor

E solta pra fora suas lágrimas

Roladas pelas avenidas da face

E o corpo sofre as esgrimas

Que rebola pelas esquinas

O sol queima a pele branca

Que bronzeia em suas ancas

E a menina passeia alheia

Pássaros cantam e gorjeiam

Tudo aos poucos se ajustando

Silêncio bem baixinho diz psiu

Assoprando e balbuciando

Como quem... Nem te viu

E a tarde sangra luz acariciante

Esparsos raios no colo do poente

Sinfonia de cores no horizonte

Anunciam que a noite está chegando

E feito bicho volto à toca bocejando...

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 14/11/2009
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