CONTRAPONTO

lodaçal em lágrimas

ostracismo solidão

alheio na multidão

as águas amargas

vertidas

não únicas

antes dores

de todos sentidas

se o ego ferido

obnubila as luzes do sentir

não esmaecem manhãs radiosas

cantantes pássaros floridos caminhos

onde tantos amam e sonham

e eu, egoísta, declamo minhas dores

lamentos infrutíferos

inúteis, incapazes

de cessar a marcha

venturosa e guerreira

das lidas nas lições da jornada

escritas com sangue e suor

esperanças aguerridas

por sobre escombros

de mortos e atrocidades

marcha inexorável

evolução altaneira

vencidas batalhas

as certezas da vida ...