SONHO DE PEIXES
Sonho de peixes
Do penhasco, vou conduzindo carro pequeno.
Desvio de rochedos.
Busco segurança.
Pesoas duvidam que chegue lá.
Lá , aonde?
Nem interessa:
Tenho que descer
de bicicleta ou Romisetta.
Atenção a pedras e limos do caminho .
De repente
(assim, sem mais nem menos)
o mar.
Verde, crespo e ladeado de gente
—homens, mulheres, crianças—
que gritava, em total euforia:
"Peixes! Peixes! Anchovas, são anchovas!
Atuns! Marlins!"
( como os do anseio de Santiago)
" Tainhas e mais tainhas!"
E aquele mar
—gelatina de limão—
Convite raso ou profundo.
Crianças, homens, mulheres entravam
pegavam com suas mãos
—alguns de olhos puxados, usavam redes de pegar borboletas—
pela cauda,
dezenas de peixes.
O mar feliz despejava peixes.
Parada na beleza verde,
de ondas, sal e reflexos prateados,
Queria que o sonho andasse,
para sempre,
bem assim…
Ilram Rekrem
(Escrito logo após sonho)