Portais da Alma
Perdido no cotidiano,
encontrando empecilho
em estranha melancolia.
Sendo impedido por angústias
cheias de tolas futilidades.
E de repente sentir-se livre
de quaisquer amarras,
vendo-se nas proximidades
do portal de suposto paraíso,
para logo depois ver-se
lutando em fúria em dantesco inferno.
E por ver-se meio a tantos desníveis,
não estando contente.
Ainda assim, desatinar-se
num amargo gargalhar nervoso.
Enfrentando a tristeza
que quer visitar-lhe,
secando lágrimas.
Perdendo o domínio de si,
fugindo do céu para o mundo,
apegando-se a todas
as quinquilharias da posse
para, logo depois, furioso,
despojar-se de todas conquistas.
Querendo clamar por auxílio,
descobrindo desprezo às áridas crenças,
mas querendo defender
a todo custo a pureza lírica da fé.
E então o delírio.
Imaginando-se livre pela razão,
reúne com encanto de poeta
a filosofia da prece.
E não encontrando pouso
para ideal tão sem sentido,
despede-se de si,
diz um “adeus” definitivo aos outros.
Mas não consegue ir,
pois que algo o atrai
para um encontro.
Entretanto, não sabe
como dirigir-se ao ponto marcado,
seus passos estão perdidos,
não têm rumo definido.
Cansado demais
para vigiar seus passos,
deixa-os livres.
Caminham por impulso e inércia,
já vão muito longe.
E por estarem tão distantes,
sente tamanha liberdade
que o faz sentir-se
profundamente acuado
para, logo depois,
como que por milagre,
sentir a força de potentes asas.
E já não sabendo se
imaginação ou intuição,
apenas diverte-se com a brisa
que dança leve
por entre as trilhas de ventos.
Perdido no cotidiano,
encontrando empecilho
em estranha melancolia.
Sendo impedido por angústias
cheias de tolas futilidades.
E de repente sentir-se livre
de quaisquer amarras,
vendo-se nas proximidades
do portal de suposto paraíso,
para logo depois ver-se
lutando em fúria em dantesco inferno.
E por ver-se meio a tantos desníveis,
não estando contente.
Ainda assim, desatinar-se
num amargo gargalhar nervoso.
Enfrentando a tristeza
que quer visitar-lhe,
secando lágrimas.
Perdendo o domínio de si,
fugindo do céu para o mundo,
apegando-se a todas
as quinquilharias da posse
para, logo depois, furioso,
despojar-se de todas conquistas.
Querendo clamar por auxílio,
descobrindo desprezo às áridas crenças,
mas querendo defender
a todo custo a pureza lírica da fé.
E então o delírio.
Imaginando-se livre pela razão,
reúne com encanto de poeta
a filosofia da prece.
E não encontrando pouso
para ideal tão sem sentido,
despede-se de si,
diz um “adeus” definitivo aos outros.
Mas não consegue ir,
pois que algo o atrai
para um encontro.
Entretanto, não sabe
como dirigir-se ao ponto marcado,
seus passos estão perdidos,
não têm rumo definido.
Cansado demais
para vigiar seus passos,
deixa-os livres.
Caminham por impulso e inércia,
já vão muito longe.
E por estarem tão distantes,
sente tamanha liberdade
que o faz sentir-se
profundamente acuado
para, logo depois,
como que por milagre,
sentir a força de potentes asas.
E já não sabendo se
imaginação ou intuição,
apenas diverte-se com a brisa
que dança leve
por entre as trilhas de ventos.