Jardins do Coração
 
Flor única que nasceu em meio
a tantas outras, numa florada primaveril.
Delicado botão
que trouxe a promessa
de ser tenro fruto,
mas alguns espinhos também.
Talvez sejam estes acúleos
que machucam o convulsivo coração,
criando taquicardias,
despertando a inquietação
das emoções que desafiam
a pacífica lógica da razão.
Antepondo a realidade
dos sentimentos às idealizações
dos paraísos do mundo mental.
São etéreas nuvens que circundam
o cume, contrapondo-se
à densa neblina do fundo abismo.
Toda a imensidão do horizonte
e o lugar comum onde
fronteiras encontram-se em disputa.
Toda a distância existente no universo
e a opressão dos instintos
que acumulam para o ego.
Muito será o tempo necessário
para adquirir-se a sensatez do outono,
a maturidade feliz.
Dias vêm, dias vão
e os calendários vão ficando inúteis,
legados ao passado da história.
Um minúsculo instante
e tudo que se julgava efetivado
pode ser transformado, pode mudar.
É como se quem visse a bela lua
passasse a questionar-se
quanto ao números de luas do universo,
e num encontro ocasional unissem-se
a poesia e a filosofia,
lapidando com beleza o pensamento.
De onde ? Para onde?
Tempo, tempo...tempo.
De quanta angústia pode
se fingir a escassa euforia...

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 05/10/2009
Reeditado em 13/10/2009
Código do texto: T1849381
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