O Sïl
 
Emoldurada no horizonte, a aurora
Rompe a cortina negra da noite
Espalhando milhares de fios de ouro
No amanhecer tênue, vislumbre ainda,
Até o Sïlarregalar-se detrás da colina
Abençoando a terra com profuso esplendor.
 
Correm ligeiras as águas do regato
Clareando ao resplendor do Sïl
Cristalinas, espelham os peixes saltitantes
Dessedenta a gazela sequiosa.
Serelepe, o regato escorrega entre as pedras
A cantarolar em versos, o  Sïl ataviado de fulgor.
 
Na tarde ensolarada da campina
O agricultor, à sombra da jitirana
Festeja a semente que vingará
Graças ao Sïl, que traz vida à terra estéril
Infiltra no interstício, no seio da escuridão,
Desperta a semente sufocada, quase sem vida.
 
O Sïl é lâmpada para o dia
É labareda divina, acesa para alumiar
A estrada do peregrino imerso na escuridão;
Dourar a semente quase murcha
Imersa nas lágrimas do agricultor;
É candeeiro celeste que desce na fresta da choça.
* Poesia publicada no livro O Sol da Justiça, de Onã Silva 
 


Onã Silva A Poetisa do Cuidar
Enviado por Onã Silva A Poetisa do Cuidar em 29/09/2009
Código do texto: T1837812
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