“Inerte”
(Luiz Henrique)
Há de chegar em breve
O permanente descanso, por exaustão
Por que dar corda ao coração
Se ao amor já não serve
A inércia da carcaça
Tal qual seixos na estrada sinuosa
Será talvez lembrada em verso e prosa
Tudo passa, tudo passa
Como lago que secou
Durante uma noite quente de verão
Amanhece inóspito em solidão
Pelas palavras que não falou
Se ao menos por mais um dia
O sol trouxesse em seu raio vida
Cicatrizasse por milagre a ferida
A boca roxa e gélida diria
Já que a morte o chamou:
Não do tanto que viveu,
Mas do tanto que amou ...
- poesia com registro de autoria
- foto: Rosa no Cemitério - Autor: Max Machado
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