Ciclos

Serà preciso viajar täo distante,

se quand'uma soluçäo se faz mistér

é do fundo da entraha latejante

que sai o buque de flor que se quer?,

näo que seja ela uma egocêntrica,

apenas se recata pela pura timidez,

preferindo a solitude que adocica

e torna grandiosa a sua pequenez!

Liberta aos céus do deslumbramento,

antagonicamente se ala à rala ramagem,

que embora a duble, sussurrante o vento,

sucumbe dublê pueril pedindo passagem

a tanto entulho que paira nefasto e ousa

enfartar a circulaçäo da alma caridosa,

estonteando-a, muitas vezes a sofrer

o que näo tem nenhum sentido de haver!

Enveredar pelo enlace das doces emoçöes

é uma razäo sufciente para desatar os nos,

que os làbios e ouvidos cerram às cançöes,

que o rabi dos Misérios compôs para nos!

Alvas, da casa sagrada vieram täo quietas,

embaladas nas aguas translucidas benditas,

vestiram-se de um corpo pardo apequenado,

breve estio antecedendo o retorno sonhado!

Partidas temporarias conotam ensinamento,

exercitado em regressos onde encantamento

devassa as portas dos céus, desabrochando

riso sonoro divino, cabeças enflorescendo!

Grenoble-Fr-04/06/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 04/06/2006
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