Tá vazia! Vamos aproveitar.

Os carros sentimentalmente vão descendo pelo estado.

Pouco a pouco a cidade esvazia

potes, jarros, baldes, canecos, garrafas.

Agora cabe tudo,

a estrela cabe na verruga

os dedos cabem na outra mão

as três cores cabem no semáforo

o banco cabe entre o cansaço

a paisagem cabe no olho

a calçada cabe na possa

as pontes cabem no lado oposto.

Becos secos de gente

as ruas livres para momentos, pensamentos, sei lá.

As pessoas também vão se esvaziando,

indo a outra roupa a outro lugar.

A cidade sem transito

é livre ar.

Aldemir Suco
Enviado por Aldemir Suco em 29/06/2009
Código do texto: T1673690
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