Viajantes do Tempo
 
Quem sabe ante a eternidade as trevas
transformem-se em ilusões momentâneas.
De modo que as luzes
sejam a verdadeira realidade,
infinitos lumes a povoarem o universo.
Pequenas fontes a refletirem
o brilho da Grande Luz,
condutoras da inspiração da lucidez.
Sementes que nascem
como sonhos e crescem
como ideais a alimentarem
os caminhantes da estrada.
Solitários viajantes
a ocuparem limitados corpos
que hão de desfalecer ao árduo esforço.
Mas nenhum cansaço
poderá servir de barreira
à perseverança das almas idealistas.
Estas são guiadas pela promessa
da liberdade dos voos siderais,
do livre arbítrio amadurecido.
Assim é que, mesmo
aprisionadas no presente,
trazem na memória a alvorada da criação.
Subjugadas as pedras do cotidiano,
curam as suas feridas
com seus íntimos e intocados sonhos.
Sagrados unguentos, divino remédio.
Talvez por conta disto,
o imaturo utopista
um dia haverá de ser realizador.
E o segredo do cultivo será
que o lento semear no tempo infinito
haverá de criar a árvore
que produzirá o fruto da vida eterna.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 29/06/2009
Reeditado em 30/06/2009
Código do texto: T1673207
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