Rascunho mareante
Nas paredes brancas de uma vida
muito há que se colher da alvorada,
do crepúsculo venturosa esperança
evidente nos raios que a lua lança,
assomando emoção virgem ao pincel,
que em alvor fará a alma a sensível
sorrir ao sol e seqüestrar seu calor
que colore os desencantos de amor!
A algema que alma cinge, desancorar
é preciso para fazer a aura brilhar
e um rascunho de roseirais concluir,
excetuando decadências sem porvir,
desfolhando uma a uma todas as paredes,
onde a docilidade do alvor se releve
à cor de sonho e congrace o som leve
da brisa mareante gemendo nas redes!
Grenoble-Fr-27/05/2006