manhã sem pardais

acordei cedo.

observava agora

tremores nas mãos.

estava indissoluvelmente ligado

a temores sem razão aparente

para acontecer, a não ser

a constatação da tua ausência

em meio a uma turbulência

de sentimentos ocasionais,

como a manhã sem pardais

ou uma noite sem lua

ou uma foca com frio.

e já não sei se me rio

dessa minha ingerência

em tais assuntos menores,

me diriam os pardais,

que sempre estão atrás

do alpiste perdido,

jamais levando em conta

que certo tipo de ausência

possa lhes afetar.

e eles assim se distraem,

chegando até a ocorrência

de uma nova manhã.

Rio, 11/11/2008

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 01/06/2009
Código do texto: T1626040
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