OS SONHOS QUE SONHEI

Desejei um mundo que, nos meus, sonhos criei,

onde a alegria seria sempre minha eterna companhia;

onde o tempo de chorar eu jamais provaria.

Desejei um mundo onde a peleja entre os homens não existiria.

Porém o tempo provou-me o contrário:

vi homens se matando em nome do amor;

vi vidas sendo ceifadas e, no rosto das vítimas, estampado o horror;

vi a paz sendo atada e os homens amando mais a guerra.

Dessa forma, os sonhos que sonhei não serviram para nada.

Vi crianças serem amordaçadas e, com medo de seus pais,

no sofrimento ficarem caladas.

Vi, nesta terra, os famintos, os miseráveis,

aqueles a quem não foi dado o direito de sonhar.

Assim, acordei de um sonho inacabado,

acreditando que não devia ter sonhado.

Vi que o homem transformou todo ser em um terrível pesadelo;

vi lances em minha vida que eu não podia prever.

Porém sigo em busca do meu sonho, sem desistir.

Acredito numa nova terra que está por vir.

Meu coração, desacreditado pela amargura,

por tanta injustiça e extenso desamor,

mesmo assim quer voltar a sonhar.

Insisto em prosseguir nesta minha existência.

Recuso dos meus sonhos desistir.

Permaneço numa alameda refeita

por meus sonhos quase perfeitos.

HELIANA MARA SOARES