A Paz do Horizonte
 
Uma cena mental. Talvez um sonho,
quem sabe uma visão.
Vê-se o leito pacífico de belo riacho,
o som da águas.
Logo acima parecem surgir
ornamentos da mãe natureza,
são velozes pássaros,
que mais parecem fagulhas de fogo.
Já caminham as horas da noite mas,
em meio a outras luzes,
um único feixe de luz
parece a tudo iluminar,.
São os raios luminosos
de uma estrela solitária.
O poeta desejaria ter o dom da pintura
para melhor descrever.
Quem sabe fizesse um quadro
de onde emanasse todo esse encanto.
De mero observador,
para sensações daquele que vivencia.
Capta agradável perfume
que tinge o ar que respira.
Olhos extasiados
com a suavidade daquela luz.
Escuta o pulsar sonoro do coração
daquele quadro vivo,
talvez uma velha carcaça cardíaca,
ainda cheia de paixões.
O canto dos pássaros
se unem numa harmoniosa sinfonia.
Sente o olhar de imensos olhos cor de mel
e sua energia doce.
Percebe o movimento inquieto
de sorrisos marotos.
Talvez sejam os sonhos infantis 
a brincar entre si.
Quem sabe pensamentos
e sentimentos fingindo existir.
O quadro é idéia e sensação,
um ser individualizado,
é uma sensação específica
que invade o cérebro e o coração,
abrindo suas portas e janelas,
deixando penetrar uma nova luz.
Surge energia ativa
que faz abandonar a pacífica passividade.
Descontraem-se todos os músculos,
o corpo ganha leveza.
O rosto está virginal,
não lhe ocupa nenhuma expressão.
Faz parte daquilo tudo,
está muito feliz por isto.
Vê a chegada do vento
a passar veloz por entre as folhas.
Brota-lhe um sorriso ao ver o agitar
da cabeleira da floresta.
Alegre, vê um caminho e não sente
que as pedras sejam empecilhos.
Vê nas maiores, assentos naturais,
bancos para descanso.
Ali uns assim o fizeram,
enquanto outros ficaram para sempre,
transformados, por sua imobilidade,
também em pedras.
Lá ao longe, uma luz maior,
numa clareira, um ponto de encontro.
São espíritos libertos de seus corpos
a sonhar com a liberdade eterna.
Reunidos em um amplexo,
criando a imagem de uma grande ave,
um corpo de ossos ocos
erguido por fortes músculos,
demonstrando a interação
da força com a fragilidade,
criando mensagem para o coração
e questionamento para o cérebro.
Findando a cena, existe agora
uma  paz  ativa,
virtude dos verdadeiros  pacíficos.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 16/05/2009
Reeditado em 16/05/2009
Código do texto: T1597714
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